Ser a primeira mulher a presidir o Conselho Regional de Odontologia, depois de 27 mandatos liderados por homens é, antes de mais nada, uma reparação histórica e uma questão de representatividade. Se a Odontologia brasileira é composta por 70% de mulheres, entre CDs e profissionais auxiliares, nada mais justo que se tenha mulheres liderando as autarquias em todo o país - no nosso caso, com um atraso de 54 anos. Já passou da hora de assumirmos cargos de liderança, em especial, quando representamos uma maioria. E o nosso Plenário, em Sergipe, reflete bem a realidade nacional: temos 07 mulheres num total de 10 integrantes - uma composição infelizmente ainda rara de ser ver.
O desafio é gigante, diante da já conhecida pressão social exercida sobre as mulheres, mas participo da diretoria do CRO-SE há quase uma década, exercendo ativamente a função de conselheira-secretária. Ao longo dos últimos anos, integrei a gestão do CRO-SE, sob a liderança do estimado amigo e grande profissional que é Anderson Lessa Siqueira, hoje conselheiro federal, representando Sergipe junto ao CFO.
Com o apoio do conselheiro tesoureiro Erickson Palma Silva, da hoje conselheira secretária Valéria Mota Quintela e do grupo que foi se renovando ao longo das gestões, demos nossa contribuição à Odontologia sergipana, com muita dedicação e ética, garantindo que ela fosse entregue à sociedade com dignidade e segurança. Em nome dessa trajetória, encarei o desafio de ser o nome escolhido para a sucessão, pela continuidade desse belo trabalho e porque era chegada a hora do nosso Conselho ter uma presidente mulher.
Ao longo de 25 anos de formada, me dediquei ao trabalho como dentista, seja no serviço público ou no privado, entregando Saúde Bucal à população sergipana, da melhor forma possível. Por isso, conheço os anseios dos meus colegas, cirurgiões-dentistas e profissionais auxiliares. Sinto-me, portanto, além de honrada e feliz, completamente capaz de representar a classe odontológica. E, lisonjeada pela confiança em mim depositada, assumi o compromisso de lutar pela classe, sem perder de vista que, antes de ser conselheira e, agora, presidente do CRO-SE, sou essencialmente DENTISTA.
Tenho ao meu lado outras seis grandes mulheres, maravilhosas, fortes e determinadas, me ajudando a escrever um novo capítulo dessa história, juntamente com os três grandes amigos e competentes profissionais que integram o Plenário de Conselheiros. Juntos, podemos fazer a diferença na nossa profissão e engrandecer a nossa amada Odontologia: seja através do aprimoramento da fiscalização, da valorização das profissões auxiliares, do estabelecimento de parcerias institucionais que tragam benefícios para a classe, da incidência política em prol de projetos de lei que favoreçam a Saúde Bucal da População, ou do fortalecimento de ações de atualização científica.
Queremos seguir fortalecendo o CRO-SE, reafirmando sua função de Casa da Odontologia sergipana. Sempre de portas abertas à classe e à sociedade, nosso desejo é de estabelecer trocas enriquecedoras com todos aqueles que desejarem contribuir com a Odontologia.
