Nesta sexta-feira, 15 de junho, tem início o 2º Simpósio de Odontologia Hospitalar (Siohosp). Sediado no Conselho Regional de Odontologia de Sergipe (CRO-SE), o evento integra a programação Semana Nacional de Odontologia Intensiva da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e trará uma abordagem multiprofissional sobre a atuação de cirurgiões-dentistas nos hospitais e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A estimativa da organização é que, até sábado, cerca de 150 pessoas participem do Simpósio, entre acadêmicos, profissionais da Odontologia e de outras áreas da saúde, como Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Medicina.

Na programação, palestras científicas, sessões temáticas e temas livres abordarão a atuação do Cirurgião-Dentista no ambiente hospitalar/UTI com enfoque na multi e interdisciplinaridade. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e cirurgiões-dentistas abordarão aspectos da cardiologia, incluindo a cirurgia-cardíaca e a sua relação com a saúde bucal. Da mesma forma, entram em pauta também questões relativas às doenças renais e sua relação com a Odontologia. No sábado, um mini curso ministrado pela dra. Alessandra Souza, de Belo Horizonte, tratará sobre a importância da assistência odontológica à beira leito na Unidade de Terapia Intensiva.

Segundo Erickson Palma Silva, presidente da Comissão de Odontologia Hospitalar do CRO-SE, reuniões com parlamentares têm sido realizadas pelo Conselho sergipano com a intenção de sensibilizá-los para a aprovação do PLC 34/2013, que aguarda ir a plenário no Senado Federal. “Estivemos com senadores, deputados e vereadores para falar sobre esse projeto de lei que, caso seja aprovado, tornará obrigatória a presença do dentista em ambiente hospitalar, em especial nas UTIs. Temos buscado mostrar a importância da odontologia hospitalar aos parlamentares para obter apoio nas votações”, disse Erickson.

De acordo com o cirurgião-dentista José Augusto dos Santos, coordenador do evento, o Simpósio segue essa mesma linha, tendo a importância de levar acadêmicos e profissionais de saúde a entender como a presença de um cirurgião-dentista nas equipes multiprofissionais tem melhorado a assistência ao paciente que está com a saúde sistemicamente comprometida. “A assistência ao paciente internado em uma unidade hospitalar, de modo especial em uma unidade de terapia intensiva, é feita por uma equipe multiprofissisonal. O acompanhamento odontológico é essencial nesse processo”, pontuou.

Ainda segundo ele, as infecções nosocomiais (contraídas durante uma estadia em um estabelecimento de saúde) são um problema de saúde pública que eleva os custos hospitalares ao aumentar o tempo de permanência do paciente hospitalizado. “Essa situação fica mais grave nos pacientes internados em UTI, onde pode ocorrer pneumonia associada à ventilação mecânica. Considerada ‘o terror do intensivista’, ela aumenta muito a morbimortalidade e os custos hospitalares e provoca a redução da disponibilidade de leitos para a população. No simpósio, discutiremos como as diversas profissões, incluindo a Odontologia, atuam para reduzir e ou tratar essa patologia, entre outras questões”, explicou.

O evento é uma iniciativa do da Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia (FBHC) através da Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar de Sergipe (LIHOSP-SE) e o Serviço de Odontologia Hospitalar “Dr. João Garcez” do Hospital de Cirurgia, em parceria com o CRO-SE e a Sociedade de Terapia Intensiva de Sergipe (Sotise).