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CRO-SE propõe adaptação da relação entre profissionais e planos odontológicos às condições da pandemia

CRO-SE propõe adaptação da relação entre profissionais e planos odontológicos às condições da pandemia

17/07/2020

Conselho estima aumento de 736% nos custos de atendimento, com os novos protocolos

A pandemia de Covid-19 trouxe grandes mudanças na atividade odontológica. A adoção de novos protocolos de biossegurança e o acréscimo de equipamentos de proteção individual adicionais aos rotineiramente utilizados encareceram a prestação do serviço pelos cirurgiões-dentistas. Uma estimativa feita pelo Conselho Regional de Odontologia de Sergipe (CRO-SE) aponta para a elevação em 736% do custo do atendimento, que passou de R$ 1,88 para R$ 15,72 por paciente [em EPIs e material de desinfecção]. Pensando nisso, a comissão de Convênios e Credenciamentos do CRO-SE vem reunindo as operadoras regularizadas no Conselho para propor a busca conjunta por soluções que viabilizem a continuidade do atendimento através dos planos odontológicos.

De acordo com a presidente da Comissão, Heloisa Nunes, o CRO-SE enviou ofícios ainda no início de maio para abrir esse diálogo com as operadoras, sobre as alterações trazidas pela crise sanitária para o atendimento odontológico, e 10 reuniões já foram realizadas. “Nosso objetivo é viabilizar uma parceria que seja benéfica para todas as partes, repensando essa relação de consumo de forma a impactar positivamente na saúde dos beneficiários. Isso porque o aumento do custo ocasionado pela introdução dos novos produtos sanitizantes, equipamentos e EPIs chegou para a classe junto com uma necessidade de redução do número de pacientes, devido ao emprego de maior intervalo entre os atendimentos para desinfecção da sala".

Outro impacto da pandemia no atendimento odontológico é a necessidade de os profissionais otimizarem o número de procedimentos realizados, em detrimento da redução da circulação de pacientes nos consultórios. “Fora a aquisição de equipamentos, como purificadores de ar e canetas de alta rotação, por exemplo, que precisamos autoclavar [esterilizar] na transição de um paciente para o outro, necessitando ter mais de uma. Todas essas mudanças elevaram o custo e reduziram a capacidade de faturamento da profissão”, detalha Heloisa Nunes.

Diante deste quadro, o CRO-SE sugeriu que as tabelas de valores por procedimentos dessas operadoras sejam reavaliadas. O diretor tesoureiro do CRO-SE, Erickson Palma Silva, afirma que a Comissão também sugeriu a elaboração de uma estratégia para prover os consultórios dos seus credenciados com EPIs. “A maioria das operadoras com as quais já dialogamos aceitou bem essa ideia, entendendo que esse seria um caminho mais prático, em curto prazo”, comentou.

Para a conselheira Anna Tereza Andrade, também membro da Comissão de convênios e credenciamentos, a expectativa é positiva em relação ao avanço das tratativas. “Ficamos gratificados com as reações da operadoras e estamos otimistas em obter bons resultados para todas as partes, ao final desse processo de construção coletiva. As operadoras parabenizaram o Conselho pela iniciativa, que viabiliza uma aproximação das entidades com o órgão de fiscalização. É muito bom que exista esse canal, para que possamos ouvir suas dificuldades, e passar para as operadoras as demandas da classe por melhorias nessa relação contratual, sobretudo diante do novo cenário”, concluiu Anna Tereza.