Articulação do CRO-SE dá origem a Projeto de Lei pela obrigatoriedade de cirurgão-dentista na equipe multiprofissional hospitalar nas UTIs
19/05/2023
A articulação política buscada pelo Conselho Regional de Odontologia de Sergipe em prol da Odontologia Hospitalar já começa a gerar resultados práticos. Após reunião realizada no último mês com a presidente Anna Tereza Lima e a Comissão de OH do CRO-SE, o deputado estadual Neto Batalha protocolou, na última quinta-feira (18), o Projeto de Lei n 179/2023 na Assembleia Legislativa de Sergipe, buscando a obrigatoriedade da presença de profissionais da Odontologia na equipe multiprofissional hospitalar nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
"O projeto prevê que o profissional lotado na UTI deve ser um cirurgião-dentista habilitado e devidamente inscrito no Conselho Regional da categoria. Esta iniciativa tem o objetivo de aprimorar os cuidados prestados às pessoas hospitalizadas, tendo em vista que a ausência deste profissional nas UTIs contribui para o aumento de mortes nos hospitais públicos e privados de todo o país", explica o parlamentar em suas redes sociais sobre o PL, que vai a votação na casa legislativa.
A Odontologia hospitalar compreende um conjunto de ações preventivas, diagnósticas e terapêuticas de doenças orofaciais, manifestações bucais de origem sistêmicas ou de sequelas de seus respectivos tratamentos, em pacientes em ambiente hospitalar (internados ou não) ou em assistência domiciliar, inseridas no contexto de atuação da equipe multiprofissional, visando à manutenção da saúde bucal e à melhoria da qualidade de vida.
É comprovada a total influência da condição bucal na evolução do quadro dos pacientes internados e, dessa forma, o atendimento odontológico a pacientes hospitalizados portadores de enfermidades sistêmicas contribui efetivamente para sua recuperação. “A atuação da odontologia hospitalar na manutenção da saúde bucal dos pacientes de UTI melhora o quadro sistêmico do paciente, diminuindo a proliferação de fungos e bactérias e consequentes infecções que representam risco para a sua saúde. E a avaliação dessa condição e da necessidade de tratamento odontológico nesses pacientes, claro, exige o acompanhamento e intervenção do cirurgião-dentista”, explica a presidente Anna Tereza Lima.
De acordo com o CD José Augusto dos Santos, presidente da Comissão de OH do CRO-SE, sabe-se que os cuidados bucais, quando realizados adequadamente, reduzem, por exemplo, o aparecimento de pneumonia associada ao uso de ventilação mecânica nos pacientes na Unidade de Terapia Intensiva. “Portanto, a participação do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar, seja na atuação em procedimentos emergenciais, preventivos ou curativos, é de fundamental importância para a terapêutica e a qualidade de vida dos pacientes hospitalizados. Além de diminuir os vários tipos de infecções, esse acompanhamento reduz custos, o tempo de internação e o uso de antibióticos”, conclui.